Digo isso porque o sujeito envelhece, endurece, deixa de fazer amigos e de curtir a simplicidade das boas coisas da vida. Começa a brigar por causa da sua marca de cerveja predileta, que não é a mais popular. A bebida destilada passa a ser mais velha do que a idade em que começou a beber ou deve vir daquele país Nórdico. O churrasco passa a ter carne, e não pode ser qualquer uma. Começa a dar valor aos objetos de consumo do homem moderno. Celular, Relógio, Óculos, TVs de LED e Carros. Afinal, quem tiver mais brinquedos vence a brincadeira. Esse mesmo sujeito passa a achar que fazer sexo numa cama de solteiro é uma afronta!
E então é feita a reedição do festival de Música que ele curtiu quando era jovem. O sujeito se mata por um ingresso, compra de cambista ou usa aquele "contato". Compra passagens e se organiza como se estivesse prestes a fazer o Caminho de Santiago de Compostela. Pensa em seu interior, só vai ter a elite, a organização colocou o preço nas alturas!!!
Mas a mesma organização que havia colocado esperança na vida do Dinossauro convida bandas que não são do Rock. A grande maioria do público que consome este produto e que orgulhava-se de ser HeadBanger passa a execrar o festival com a frases do tipo "Não tem Rock no Rock in Rio" ou "Estão transformando o Rock in Rio numa Micareta!".
Detesto patrulhas ideológicas, mas vou fazer o papel de patrulha ideológica às avessas. Ou simplesmente o papel do CONTRA. Pode escolher.
No meu entendimento, criticar duramente a escolha das músicas e bandas vai contra toda a concepção dos grandes festivais. Afinal, o Mitico Woodstock não tinha no puritanismo a sua concepção. Quem ia ao festival, ia Curtir. Não no sentido Facebook da palavra. Sexo e amor livre e interação com a multidão eram o objetivo, música era uma desculpa. Assim como os churrascos da juventude onde não havia carne. Quem já não chegou à um churrasco e a galera havia comprado apenas bebida?
E isso faz parte da marca Rock In Rio. Não se iludam meus caros, trata-se disso, apenas de uma marca. Desde a sua concepção o Rock in Rio sempre foi eclético. A rentabilidade sempre foi o objetivo. Ney Mato-Grosso nunca tocou Rock, assim como Morais Moreira, Carlinhos Brown ou a turma do Axé. É o Pop que dá volume, rentabilidade e propicia a criação dessa estrutura que permite trazer shows como Metallica ou Red Hot Chilli Peppers.
Vou além, tenho certeza que a noite mais propícia à uma pegação foi a noite Pop-Axé e não a noite do Metal. E como todos sabem, na puberdade, pra pegar mulher o sujeito vai até na Missa.
Resumindo, a propaganda do Trident traduz o sentimento que falta às pessoas que gostam de Rock. Ou melhor seria dizer que não falta sentimento, FALTA JUVENTUDE!
Um abraço deste HeadBanger de sofá, que gosta de Itaipava, Picanha e uma boa Cama de Casal.