sábado, 11 de setembro de 2010

Just As We Thought, Pregnant Women Do Lose Their Minds!





O título acima é idêntico ao título da reportagem que estampou a capa do Jornal Britânico Daily Mail em 1997. Causou um alvoroço pois as reportagens diziam que a gravidez poderia fazer as gestantes perderem sua cabeça (ou seu cérebro).
O sensacionalismo dos tablóides britânicos deu origem ao  documentário da BBC que eu assisti há aproximadamente 10 anos, em que foi relatado a perda de massa encefálica nas gestantes durante o período de gravidez. Essa seria a causa da letargia na gravidez e poderia ter um efeito transitório com transtornos de memória. Tal estudo foi ainda enfático ao relatar que a perda de volume e peso do cérebro das gestantes é compensada após o parto.
Os pesquisadores estavam intrigados, pois isso poderia levar à descoberta de medicamentos destinados à regeneração cerebral. Um avanço significativo na medicina e destoante do senso comum, uma vez que a  maioria das pesquisas aponta para o caminho oposto.
O senso comum me fez ter inúmeras discussões com médicos e pseudocientistas de buteco. Chegaram a afirmar que eu teria inventado tal estudo, e ainda, que eu teria "entendido errado" (mentiroso ou burro são definitivamente bons adjetivos).
Eis que após anos, durante buscas relativas à regeneração de danos na coluna (minha patologia), me deparei   com o estudo. Inclusive tal pesquisa foi objeto de uma reportagem da Folha de São Paulo:

"Lentidão na gravidez


Por que, então, tantas mulheres se queixam de se sentirem mais lentas e com mais sono nesse período? A questão é polêmica e gerou estudos com resultados contraditórios.


Um trabalho da Royal Postgraduate Medical School, na Inglaterra, descobriu uma redução importante no tamanho do cérebro durante a gravidez --em uma voluntária, essa redução chegou a 7% e voltou ao normal seis meses após o parto.


Já em uma pesquisa realizada por Kinsley, o dissecação de cérebros de ratas no fim da prenhez mostrou que a neurogênese havia sido reduzida, mas que as células nervosas no hipocampo desenvolveram muitas espinhas dendríticas, estruturas que levam à criação de novas sinapses. Após o parto, o cérebro ficou maior que antes.


Segundo o pesquisador, as transformações por que passa o cérebro na gestação são a explicação para a lentidão. "Novas conexões e novos neurônios estão sendo adicionados. Como um espaço em construção, há interrupções, mas o produto final é mais eficiente", diz.


Rennó Jr. também aponta a interferência dos hormônios, que "inundam" o cérebro da mulher, provocando alterações físicas e comportamentais, e das preocupações com a gravidez. "A capacidade cognitiva pode diminuir devido à dificuldade de concentração, pelo excesso de preocupações." (http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u4149.shtml)

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